Todescan Siciliano

Todescan Siciliano
Arquitetura

quarta-feira, novembro 01, 2006

Hospital Vita Florianópolis - UNIDAS


SC: Vita gasta R$ 60 milhões em hospital de ponta

O grupo de saúde Vita anunciou a construção de um novo hospital em Florianópolis. Com investimento de R$ 60 milhões, será o primeiro para o tratamento de doenças complexas da região. O projeto conta com arquitetura específica para o segmento.
Metade do capital será investido na construção do prédio e os outros 50% na operação, em equipamentos e em capital de giro. "Na parte imobiliária, trabalhamos com uma operação chamada build-to-suit (feito sob medida)", disse um dos sócios do grupo, Edson Santos. Segundo ele, o projeto é bancado por investidores. O grupo capta os recursos, utilizados também para a compra do mobiliário, equipamentos e capital de giro.
Santos afirma que, no planejamento estratégico e plano de expansão do Vita, Florianópolis é uma das prioridades. O novo hospital terá área construída de 25 mil m². Na área operacional, o hospital terá 132 leitos, 8 salas cirúrgicas, 24 leitos de UTI e um centro de diagnóstico completo. O complexo hospitalar estará inserido no nível 3 de altíssima complexidade. Estão previstos procedimentos de transplante e cirurgia cardíaca. Será o único totalmente privado da capital catarinense.
Vita comandará o empreendimento de R$ 60 milhões; obra de 25 mil m² contará com investidores.
Sócio do grupo Vita, Edson Santos afirmou que o mercado de Florianópolis está carente desse tipo de hospital. As pessoas se internam em hospitais públicos ou filantrópicos, mesmo as que têm plano de saúde e pagaram para poder usar um hospital privado.
"Na cidade de Florianópolis elas não têm opção. E isto é maléfico porque o hospital público, por sua vez, ocupa o leito que deveria ser colocado à disposição da população carente", comenta o empresário.
O Vita é uma holding cujos sócios são Francisco Balestrin e Edson Santos. O faturamento no ano passado , foi na ordem de R$ 100 milhões e para este ano, a perspectiva de receita bruta é de R$ 120 milhões. O acréscimo é proveniente da abertura de duas novas operações neste ano. Um hospital de 93 leitos na cidade de Curitiba (Paraná), o Hospital Vita Batel, e uma maternidade na cidade de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Os investimentos em novos projetos e nos já existentes este ano somam R$ 12 milhões e são recursos próprios.
Arquitetura hospitalar
O hospital será também o primeiro empreendimento do gênero a apresentar arquitetura hospitalar. Segundo um dos responsáveis pela criação dos projetos arquitetônicos do Grupo Vita, o arquiteto Frank Siciliano, o sucesso dessa especialidade, raramente é encontrada na área, deve-se à preocupação em conhecer as necessidades do cliente e traduzi-las ao projeto.
Com eficiência na utilização da área construída, assim como no material utilizado, os arquitetos reduziram em mais de R$ 5 milhões o orçamento total da obra, sem abrir mão da qualidade. O edifício ampliará as atividades do Grupo Vita no Sul do País.
"Um bom projeto arquitetônico garante eficiência - humanização, qualidade da internação, segurança. Hoje não se concebe mais projetos sem atender esta base proporcionada pela arquitetura", afirma Edson Santos.
O arquiteto Frank Siciliano diz que a arquitetura voltada para instalações de saúde tem peculiaridades diferentes. "O hospital hoje tem que ser tratado como um negócio para que consiga sobreviver no mercado. Nossa história hospitalar no Brasil começou com hospitais ligados a entidades religiosas como as Santas Casas, ou a colônias, como a sírio-libanês, a árabe. Estes estrangeiros sentiam falta de estruturas hospitalares e começaram a subsidiar estes empreendimentos", conta o empresário.
Segundo Siciliano, o ramo hospitalar é um nicho em crescimento no Brasil e está, inclusive, atraindo capital externo. "A construção representa cerca de 50% do investimento total do imóvel e a boa arquitetura ajuda a racionalizar", diz o arquiteto catarinense.
Ainda segundo ele, sua empresa trabalhou para entender a operação da rede. "Conversamos longamente com a Vita, visitamos suas unidades para saber exatamente o tipo de operação característica e dentro de um conhecimento de legislação hospitalar federal otimizamos áreas, agrupando setores de forma inteligente, unificando ambientes de apoio e áreas de infra-estrutura e minimizando o tamanho", afirma.
Alta complexidade
Ele diz que três coisas interferem no preço de um hospital: o tamanho, a complexidade das instalações (ar condicionado, elétrica, hidráulica, gás) e os acabamentos. "Um hospital que sai com tamanho errado, não há como diminuir. Também o custo de manutenção de uma área enorme é bem maior", disse.
Siciliano e seu colega Marcelo Todescan, iniciaram os trabalhos com o Grupo Vita há mais de 10 anos, e esta é sexta unidade que trabalham em conjunto. Durante todos esses anos, os arquitetos foram responsáveis por projetos e reformas de hospitais, laboratórios e centros de diagnósticos do Grupo Vita, nas cidades de Curitiba, Volta Redonda e Mogi das Cruzes. Em Florianópolis fizeram a reforma de três centros de diagnóstico do Vita. Frank e Marcelo estudaram as normas e detalhes para o funcionamento de um hospital e foram para Dallas, nos EUA, conhecerem o Health Environment Design (H.E.D), um dos mais respeitados escritórios de arquitetura hospitalar do mundo. "Criamos um hospital com nível de acabamento, serviços e arquitetura contemporânea de excelência, sem luxo, mármores ou granitos, materiais que não influenciariam no atendimento da Vita. Projetamos algo prático, agradável visualmente, usando cores (cromoterapia). Implantamos uma linguagem arquitetônica padronizada e ícones que facilitam a identificação do grupo e das unidades, com cores como o vermelho (entrada da emergência) e azul", afirma o arquiteto.
(Gazeta Mercantil - Juliana Wilke)

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