Todescan Siciliano

Todescan Siciliano
Arquitetura

sexta-feira, setembro 26, 2008

Centro de Educação em Sustentabilidade – CES Alphaville

Centro de Educação em Sustentabilidade – CES Alphaville
http://crisfundacaoalphavilleces.blogspot.com/


A preocupação com a sustentabilidade sempre foi um foco para a Fundação Alphaville.
Em 2007, a Todescan Siciliano Arquitetura foi convidada a um desafio pela Fundação Alphaville: transformar o que era antes um projeto arquitetônico convencional para o CES em outro, com diferenciais sustentáveis. O que seria a apresentação do Centro de Referência em Sustentabilidade – CRIS, instituição criada pelos arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano, em outro projeto com maior envergadura.

A Fundação, vendo que o Centro poderia ter um diferencial forte e sustentável, decidiu propor à Todescan Siciliano o desafio de realizar o projeto que antes seria convencional em outro, com a mesma verba anteriormente aprovada. Assim, o escritório de arquitetura Todescan Sicialino foi contratado pela fundação, para desenvolver a construção do CES, localizado em Alphaville. O projeto ficou maior e melhor, além de ser completamente sustentável.


O terreno,
localizado ao lado do luxuoso condomínio Alphaville Burle Max, foi cedido pela prefeitura de Santana do Parnaíba em parceria com a Alphaville Urbanismo. Os arquitetos realizaram um diagnóstico sobre o ecossistema local, como a mata, o vento, ensolação, tipo de vegetação, e concluíram que o ideal seria adaptar o empreendimento de acordo com sua natureza, utilizando recursos do local. O CES utiliza recursos sustentáveis de forma inteligente. As paredes são de tijolo ecológico (Tijolo de Solo Cimento), diferentemente do tijolo comum que polui a atmosfera, agrava o efeito estufa e aumenta o desmatamento; não precisa ser cozido, é auto-encaixável e dispensa qualquer tipo de acabamento. Outra técnica empregada é o Cordwood, substituto da lenha, na qual paredes são construídas de pequenos pedaços de madeira. Esse material é uma excelente alternativa pois usa madeira que não tem muito valor,além de ter propriedades de isolamento térmico e acústico.
Os acabamentos também são de materiais renováveis ou menos agressivos ao ambiente. O piso é constituído de borracha de pneu reciclado e a cerâmica no piso é feita com restos de fábrica. A tinta é natural a base de cal e os revestimentos são de fibra de coco e açaí.
O telhado é coberto com vegetação, devidamente impermeabilizado e com drenagem adequada. Este acabamento proporciona conforto térmico e acústico, tanto no inverno como no verão, reduzindo dessa forma o uso de condicionadores de ar. Além disso, filtra e retarda a descida das águas de chuva, reduz a reflexão de calor para atmosfera e as ilhas de calor, aumenta as áreas de paisagismo que reduz a poluiçăo atmosférica e contribui no combate ao aquecimento global, colabora no microclima do entorno, pois mantém a umidade relativa do ar, e retém as impurezas do ar e reduz o calor gerado pelo reflexo dos raios infravermelhos.

Resíduos

O tratamento de esgoto é feito por biossistema integrado. São sistemas biológicos multifuncionais que realizam o tratamento de efluentes de forma simples e ecológica, com baixo custo e consumo de energia. O biossistema integrado é um conjunto de equipamentos implantados que tentam imitar os ciclos sustentáveis da natureza e reproduzem os grandes reinos. Fazem com que os dejetos humanos percam seu potencial poluidor ao longo das diferentes etapas de tratamento, produz energia a partir da biomassa disponível e reciclam nutrientes para reaproveitamento na produção de vegetais e na recuperação de áreas degradadas. É uma tecnologia social certificada pela RTS, pois há uma mudança do conceito de modelo produtivo, onde deixa-se de lado a visão de que os resíduos são considerados um problema e parte-se para um sistema onde tudo pode ser reaproveitado como matéria prima em um novo ciclo de produção, imitando os ciclos sustentáveis da natureza.
Colabora na despoluição da água, do solo e do ar; transforma dejetos em energia, reduz os riscos à saúde pública e ao ambiente através da redução de agentes patogênicos a níveis seguros. Facilita a manutenção devido a processos naturais de purificação e reciclagem, com necessidade de limpeza no mínimo de 4 vezes do tempo de uma fossa comum aprox. 5 anos; recicla nutrientes (o efluente pode ser usado como fertilizante); gera biogás, energia renovável (pode ser utilizado p/ex. na cozinha do refeitório); Facilita a limpeza e proteção das águas de rios e córregos.

Água

O CES Alphaville parte do conceito de que toda ocupação humana deve garantir uma continuidade nos ciclos naturais. Assim é pensado também no tratamento da água. Aparelhos economizadores de água, dentre eles válvulas de descarga ou caixas acopladas de acionamento duplo, torneiras com temporizadores, e redutores de pressão integram este sistema. O reuso envolve o aproveitamento de toda água gerada pelas instalações, sem tratamento, para atender as necessidades do local. A água de chuva, quando coletada, armazenada e utilizada de forma apropriada, além de apresentar alta qualidade, auxilia no reequilíbrio parcial do ciclo hidrológico. A reutilização gera economia significativa, diminuição da demanda sobre os mananciais de abastecimento de água, recarga do lençol freático (mediante infiltração da água excedente do sistema de aproveitamento de água de chuva), proteção dos cursos de rios e córregos e reduz a ocorrência de enchentes.
O projeto de aproveitamento de água de chuva para fins não-potáveis segue as recomendações sugeridas pelo projeto de norma NBR 15527:2007, com exceção do método de desinfecção utilizado, baseado no uso de ozônio. O projeto de desinfecção com ozônio está pautado na desinfecção contínua através da injeção de ozônio em um sistema de recirculação de água, garantindo a manutenção de uma água com alto nível de qualidade, sem contribuir para a geração de compostos poluentes, como é o caso do cloro.

Coleta de águas pluviais
A instalação de águas pluviais é composta do conjunto de condutores pluviais, tubulações de abastecimento, e demais acessórios detalhados em projeto. As águas provenientes da cobertura do telhado verde serão coletadas e encaminhadas à uma caixa de passagem, denominada caixa de autolimpeza, cuja função é permitir a sedimentação dos sólidos que tenham eventualmente passado pela manta de proteção, ao mesmo tempo em que descarta o volume inicial de água, geralmente com maior presença de bactérias que comprometem a qualidade da água armazenada. Caso haja captação de água maior do que a capacidade de armazenamento, o excedente será direcionado para infiltração ou armazenamento inferior através de um “ladrão”. Desinfecção por ozônio. A água da caixa elevada será recirculada, de forma automatizada em períodos pré-definidos de acordo com as determinações do fornecedor do sistema de desinfecção, Acqua Máxima, ou outro fornecedor escolhido. Nos períodos de seca, quando o volume da cisterna estiver abaixo do nível de funcionamento, o sistema deixa de funcionar, retornando ao funcionamento quando do aumento do nível em épocas de chuva.

Diminui o consumo de água potável, reduz o impacto sobre a rede de drenagem e volumes de cheias (inundações), permite a recarga dos lençóis freáticos com o excedente de uso. A água sem tratamento pode ser usada em vasos sanitários, jardins e limpeza.O Centro tem como missão “ser desde a sua concepção um espaço de educação para a sustentabilidade com demonstrações e referencias práticas e teóricas sobre como podemos conviver em harmonia com todos os seres” e como visão “tornar-se uma referência na educação para a sustentabilidade, abrigando exemplos de experiências replicáveis, fomentando melhorias sociais, ambientais, econômicas e de visão de mundo”.
Seguindo as premissas de sua missão, o Centro já contou com oficinas de bioconstrução com o apoio do GAIA, o braço de educação para sustentabilidade da ONU (Organização das Nações Unidas) com temas como construção com encaixes de bambu, com uso de barro e também do biodigestor (equipamento onde a matéria orgânica é transformada em gás para uso como combustível). As oficinas contaram com a participação de estudantes e da comunidade e parcerias de profissionais ligados a cada atividade.
As parcerias começaram já na fase de construção e já envolvem dezenas de empresas, associações e instituições. Entre elas estão O Instituto Ambiental (OIA) que colaborou com o tratamento de esgoto do biossistema integrado; a organização sem fins lucrativos Permacultura, com a tecnologia para o tratamento da água da chuva e do esgoto, financiado pela Indústria Gráfica Brasil (IGB); a Zun, que colaborou com as estruturas de bambu; a Altercorp, que forneceu o equipamento para o funcionamento da energia eólica a preço de custo; a Construvan, que facilitou pagamento e entrega de tijolos de solo e cimento. A cúpula da sala de celebração foi uma parceria com Vitor Lotufo e Valmir Fachini e a madeira certificada é da empresa Ecolog. Entra as doações, a Ecolit, que doou placas feitas de aparas de tubo de creme dental, a Ekobe, que doou revestimentos de pastilhas de côco; a Lepri, que doou cerâmicas; a UBV, que doou vidros, a Forbo, que doou o piso Marmoleum, a Ciaform, que doou o piso de borracha reciclada, a Sansuy, que doou a colocação da manta para a impermeabilização do telhado; a Tetrapack, que doou material de caixas para a fabricação de divisórias. Ainda há outras parcerias para serem fechadas e realizadas.
Sustentável em diversas frentes - Outros dispositivos e tecnologias de geração de energia serão construídos no centro, ainda que para fins somente educativos, como gerador de energia eólica, solar, biodigestor, tijolos de solo cimento. No complexo, a água da chuva será reaproveitada, haverá teto verde - em que se aproveita a área para cultivo de plantas, melhorando a temperatura local e o aproveitamento de espaço, hortas e jardins serão plantados no conceito da permacultura e também haverá o sistema de banheiro seco, gerando economia de água e material orgânico para adubo. Além da idéia do uso de embalagens Tetrapack, serão exploradas outras formas de reciclagem, com móveis feitos de pneus e o Desenvolvimento de manuais de produtos que podem ser confeccionados com reciclagem , uma parceria com um projeto de mestrado do CEFETde Curitiba (Centro Federal de Educação Tecnológica).
Depois de pronto, o CES usará seu espaço e a informática como ferramentas de Educação para Sustentabilidade, servirá de apoio para a reformulação do produto AlphaVille Escolas Ecológicas, envolverá os moradores do Burle Marx com o conceito programa “Construindo sua Vida em AlphaVille e as lideranças e comunidades locais com eventos de educação para a Sustentabilidade, buscando a Integração das comunidades com os moradores dos empreendimentos. Todos os eventos e cursos estarão permeados dos conceitos de Consumo Consciente, Liderança Sistêmica, Comunicação Não Violenta, Gestão de empreendimentos Sociais, cursos sobre esses assuntos a serem realizados por diversos parceiros neste espaço.

http://todescansiciliano.com.br/


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Centro Educacional em Sustentabilidade

Centro Educacional em Sustentabilidade será inaugurado em outubro
Complexo público abrigará a nova sede da Fundação AlphaVille e usará de técnicas e práticas para que seja sustentável e referência na região

As obras de construção do Centro Educacional em Sustentabilidade (CES) já estão em ritmo de finalização para a inauguração, que ocorrerá em 10 de outubro. Localizado dentro do AlphaVille Burle Marx, o CES é um equipamento público - construído pela AlphaVille Urbanismo em parceria com o CRIS (Centro de referência e Integração em Sustentabilidade) e doado à prefeitura de Santana do Parnaíba - e será cedido em comodato para a Fundação AlphaVille para fins educacionais. A administração será quatripartite, feita pela prefeitura, Fundação, comunidade e parceiros locais.

O Centro tem como missão “ser desde a sua concepção um espaço de educação para a sustentabilidade com demonstrações e referencias práticas e teóricas sobre como podemos conviver em harmonia com todos os seres” e como visão “tornar-se uma referência na educação para a sustentabilidade, abrigando exemplos de experiências replicáveis, fomentando melhorias sociais, ambientais, econômicas e de visão de mundo”.

Seguindo as premissas de sua missão, o Centro já contou com oficinas de bioconstrução com o apoio do GAIA, o braço de educação para sustentabilidade da ONU (Organização das Nações Unidas) com temas como construção com encaixes de bambu, com uso de barro e também do biodigestor (equipamento onde a matéria orgânica é transformada em gás para uso como combustível). As oficinas contaram com a participação de estudantes e da comunidade e parcerias de profissionais ligados a cada atividade.

As parcerias começaram já na fase de construção e já envolvem dezenas de empresas, associações e instituições. Entre elas estão O Instituto Ambiental (OIA) que colaborou com o tratamento de esgoto do biossistema integrado; a organização sem fins lucrativos Permacultura, com a tecnologia para o tratamento da água da chuva e do esgoto, financiado pela Indústria Gráfica Brasil (IGB); a Zun, que colaborou com as estruturas de bambu; a Altercorp, que forneceu o equipamento para o funcionamento da energia eólica a preço de custo; a Construvan, que facilitou pagamento e entrega de tijolos de solo e cimento. A cúpula da sala de celebração foi uma parceria com Vitor Lotufo e Valmir Fachini e a madeira certificada é da empresa Ecolog. Entra as doações, a Ecolit, que doou placas feitas de aparas de tubo de creme dental, a Ekobe, que doou revestimentos de pastilhas de côco; a Lepri, que doou cerâmicas; a UBV, que doou vidros, a Forbo, que doou o piso Marmoleum, a Ciaform, que doou o piso de borracha reciclada, a Sansuy, que doou a colocação da manta para a impermeabilização do telhado; a Tetrapack, que doou material de caixas para a fabricação de divisórias. Ainda há outras parcerias para serem fechadas e realizadas.

Sustentável em diversas frentes - Outros dispositivos e tecnologias de geração de energia serão construídos no centro, ainda que para fins somente educativos, como gerador de energia eólica, solar, biodigestor, tijolos de solo cimento. No complexo, a água da chuva será reaproveitada, haverá teto verde - em que se aproveita a área para cultivo de plantas, melhorando a temperatura local e o aproveitamento de espaço, hortas e jardins serão plantados no conceito da permacultura e também haverá o sistema de banheiro seco, gerando economia de água e material orgânico para adubo.

Além da idéia do uso de embalagens Tetrapack, serão exploradas outras formas de reciclagem, com móveis feitos de pneus e o Desenvolvimento de manuais de produtos que podem ser confeccionados com reciclagem , uma parceria com um projeto de mestrado do CEFETde Curitiba (Centro Federal de Educação Tecnológica).

Depois de pronto, o CES usará seu espaço e a informática como ferramentas de Educação para Sustentabilidade, servirá de apoio para a reformulação do produto AlphaVille Escolas Ecológicas, envolverá os moradores do Burle Marx com o conceito programa “Construindo sua Vida em AlphaVille e as lideranças e comunidades locais com eventos de educação para a Sustentabilidade, buscando a Integração das comunidades com os moradores dos empreendimentos. Todos os eventos e cursos estarão permeados dos conceitos de Consumo Consciente, Liderança Sistêmica, Comunicação Não Violenta, Gestão de empreendimentos Sociais, cursos sobre esses assuntos a serem realizados por diversos parceiros neste espaço.

24/09/2008

http://www.fundacaoalphaville.org.br/