Todescan Siciliano

Todescan Siciliano
Arquitetura

quinta-feira, outubro 26, 2006

McDonald's








Arquitetura fast food

Sócios da Todescan & Siciliano Arquitetura falam da parceria de 21 anos com a rede McDonald's

Juliana Vettore

Fotos: Maíra Dworecki

Os arquitetos Marcelo Todescan e Frank
Siciliano (à dir.): tendência por linhas mais suaves

Os arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano, da Todescan & Siciliano Arquitetura, que há 21 anos fazem os projetos do McDonalds no Brasil, acabam de inaugurar mais uma loja da rede na Avenida Paulista que se soma aos outros 300 projetos arquitetônicos assinados pelos arquitetos para a rede. No total, a dupla soma cerca de 80 mil metros quadrados projetados em todo o Brasil para a marca.

Com contrato de exclusividade com a rede na área de fast food, o arquitetos fazem parte da divisão Latinan América Develop Board do McDonald’s, que abrange toda a extensão do México até a Argentina. Esse board se reúne uma vez por ano para definir as tendências e os próximos passos dos projetos, sempre seguindo uma linha mestra de arquitetura, mas com liberdade criativa.




Projeto piloto da rede
Em entrevista concedida ao Gastronomia & Negócios, os dois falam sobre a parceria com a rede, desde os principais projetos já desenvolvidos até outros que estão por vir. Comentam as principais tendências e erros da arquitetura voltada para bares e restaurantes.

Há particularidades dos projetos de filiais de diferentes estados? E em outros países?
Marcelo Todescan: Em um McDonald´s perto da praia, onde as pessoas vão à lanchonete de maiô, você não pode colocar um tecido impróprio na cadeira.
Frank Siciliano: Na hora de montar o projeto, mais do que o estado, analisamos a freqüência do lugar. Se tem universidade por perto, haverá um público bastante jovem. Isso vai determinar o formato das mesas, ou o tamanho do espaço – que nesse caso costuma ser maior. Se é mais família, misturamos o ambiente do adulto com o infantil, daí os pequenos parques de diversão que existem em algumas unidades.
Isso também acontece lá fora, variando de acordo com a cultura da região. Em Londres, por exemplo, onde o clima é mais chuvoso, as áreas ao ar livre são menores. Nos Estados Unidos, eles vendem muito mais no drive thru, então as unidades são construídas para atender também a essa demanda.

Quais os limites de liberdade que os projetos da rede permitem?
FS: Há bastante liberdade, mas temos de obedecer a um critério mínimo e algumas tendências. Hoje, por exemplo, nós estamos trabalhando muito com materiais que lembram à natureza, com fórmica, madeira e cerâmica. Nunca tivemos muitos problemas de aprovação, até porque sabemos o que é possível ou não de ser proposto de acordo com o perfil da loja.
MT: Vai um pouco do bom senso, sobretudo com relação à aplicação do logo da marca. Por exemplo: não podemos colocá-lo no chão para as pessoas pisarem, e o número de logos usado internamente não pode ser excessivo, para não cansar o cliente.

A partir de 2001, a Todescan & Siciliano passou a empregar novos conceitos arquitetônicos na rede. Que mudanças foram estas?
FS: Esses conceitos visam proporcionar o bem estar ao cliente, que vai desde o cuidado com a iluminação, passando pelo som – em unidades em que existe o Café Mc Donald´s separado da parte de fast-food, as músicas são diferentes em cada ambiente. Outra idéia mas que não demos continuidade foi a de colocar cheiro no restaurante, aromas amadeirados, como a canela, que não é, mas o sistema que precisaríamos instalar para isso era operacionalmente inviável

O projeto da Lei da Cidade Limpa que proíbe publicidade externa excessiva, e que foi aprovado em outubro, vai afetar o trabalho de vocês de que forma?
FS: Esse processo de despoluição visual da rede já vem ocorrendo. Hoje usamos muito menos o logo da marca dentro das lojas e, na parte externa, esse novo conceito já prevê uma diminuição do M. Já trabalhando nesse projeto há um ano, pois sabíamos que ia acontecer alguma coisa nesse sentido, mas não ligada a essa Lei.

Como o trabalho de vocês é avaliado pelos outros arquitetos da rede?
FS: Em maio, nós estivemos em Orlando [Estados Unidos] na Convenção Mundial da cadeia, que acontece a cada dois anos. Cada região fez uma apresentação do seu trabalho. O da América Latina foi muito bem recebido e comentado. No caso do Brasil, por exemplo, a utilização da pastilha de coco, um revestimento muito próprio, fez bastante sucesso. O Mc Internet, que influenciou outros projetos mundo afora, também foi criação nossa.

No geral, quais as principais tendências de bares e restaurantes?
FS: Existe uma tendência do uso de materiais naturais, muita madeira e revestimento tipo da pastilha de coco. Mesmo se o restaurante for mais simples, existem detalhes que fazem a diferença, como paredes coloridas com uma iluminação adequada, utilizando forros, tecidos. Com tinta, gesso e luz é possível criar um ambiente extremamente aconchegante.

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Um comentário:

  1. Boa noite,
    Admiro muito o trabalho de pessoas que conseguem manter uma parceria tão duradora, ainda mais se tratando de uma rede das mais exigentes no ambito capitalista.Gostaria de parabeniza-los pela parceria!!!
    Também escrevo para perguntar algo sobre um material utilizado nos balcões do Mc´Donalds, sempre me chama a atenção quando sou atendido no balcão principal (bancada dos computadores)...
    Gostaria do nome da empresa ou pelo menos o tipo de material utilizado, pois busco algo diferente em acabamento e que seja bastante orgânico!!
    Sou arquiteto, tenho 25 anos e estou começando a minha vida profissional, além disso, busco informações e referencias em exemplos de grandes arquitetos e suas obras..
    Fico grato pela oportunidade e aguardo retorno..
    Grande abraço.
    Guilherme...
    gpg.pinheiro@gmail.com.br

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